segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

RESENHA – O ANIMAL COMO SÍMBOLO NOS SONHOS, MITOS E CONTOS DE FADAS


            “Os animais estão por toda a parte”. É assim que Helen I. Bachmann inicia seu interessantíssimo livro O animal como símbolo nos sonhos, mitos e contos de fadas. O objetivo deste livro é falar dos animais enquanto animais e deles enquanto expressões simbólicas presentes na psique. E justamente por isto, de acordo com a autora, o material apresentado deve ser compreendido “como um estímulo e não como uma definição, ou seja, um estímulo para continuar, por conta própria, a busca pelos conteúdos dos significados” de cada símbolo.
“Estão ao nosso redor e como imagens interiores dentro de nós”. Ao procurar entender a natureza de cada um dos animais citados neste livro, 12 ao total, Bachmann tem por objetivo auxiliar a que os animais não sejam reduzidos a um significado simbólico único, atendendo ao preceito de que na interpretação psicoterapêutica

“um símbolo de animal está [...] estreitamente ligada à natureza, às circunstâncias da vida, ao conjunto do ambiente da vida do indivíduo que se depara com a imagem de animal, e, somente neste contexto, pode-se procurar pelo seu significado no caso particular”.

            O símbolo é entendido na psicologia analítica como o fenômeno psíquico que permite ao inconsciente dar-se a conhecer por via indireta. Ele é o resultado direto da tensão gerada entre consciente e inconsciente, produzido através do que Jung chamou de função transcendente. De acordo com Penna (2013, p. 166), o símbolo “é o produto da tensão entre os opostos em busca de integração”. Desta forma, “os símbolos representam tentativas naturais na reconciliação e união dos elementos antagônicos da psique” (JUNG, 2008, p. 126).
            Assim, por não serem elementos neutros, a sua assimilação pela mente consciente vai permitir a modificação da personalidade do indivíduo (JUNG, 2008, p. 126). Ainda de acordo com Jung (2008, p. 60),

Para benefício do equilíbrio mental e mesmo da saúde fisiológica, o consciente e o inconsciente devem estar completamente interligados, a fim de que possam se mover em linhas paralelas. Se se separam um do outro ou se “dissociam”, ocorrem os distúrbios psicológicos. Nesse particular, os símbolos oníricos são os mensageiros indispensáveis da parte instintiva da mente humana para a sua parte racional, e a sua interpretação enriquece a pobreza da nossa consciência fazendo-a compreender, novamente, a esquecida linguagem dos instintos.

                Tendo isto em vista, percebe-se que a importância deste livro é oferecer subsídios suficientes para que o trabalho de interpretação dos animais como elementos simbólicos seja enriquecido com informações que permitam a devida amplificação do material simbólico apresentado no sonho com informações sobre os animais enquanto animais e eles enquanto símbolos presentes na mitologia e nos contos de fadas. “O meu interesse principal”, afirma a autora, “foi a imagem do animal e o seu significado simbólico, e uma vez que na fantasia e nos sonhos não há limites, outros animais foram acrescentados. Além disso, inspiraram-me aquelas imagens de animais com os quais me deparei no trabalho com os meus e as minhas clientes em psicoterapia”.
            Por fim, recomendamos a leitura deste prazeroso livro e agradecemos à Editora Vozes pela parceria para que esta resenha pudesse ser produzida. Os animais como símbolo nos sonhos, mitos e contos de fadas se encontra à disposição nas principais livrarias, além de estar presente nas lojas da Livraria Vozes, física ou virtual (http://www.universovozes.com.br/2013).
            Recife, 28 de novembro de 2017

Elaborada por Anderson Santiago

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